Olá meus amores, tudo bem? Trago para vocês mais uma dica de
filme.
Desta vez, a resenha é sobre o filme “AMISTAD”, que é
baseado em fatos reais e remonta uma história do ano de 1839, quando a bordo do
navio negreiro espanhol “La Amistad”, um grupo de escravos africanos consegue
se libertar dos grilhões, mata alguns tripulantes espanhóis escravizadores
(deixando 2 vivos, para que pudessem conduzir o navio), e ordena que esses dois
tripulantes os conduza de volta para seu país de origem, a África.
Enganados, esses escravos foram desembarcados na costa leste
dos Estados Unidos, onde foram presos. Forma-se então um imbróglio político,
jurídico, econômico e diplomático no processo de julgamento desses escravos, num
período da história em que as divergências internas do país entre o norte
abolicionista e o sul escravista, caracterizavam o prenúncio da Guerra de
Secessão.
Amistad é um filme forte e emocionante, que discute toda a
barbárie da escravidão. Além disso, traz à tona questões jurídicas
diante de toda a problemática da época e questões de direitos humanos.
Através do drama do personagem principal, Cinque,
interpretado pelo ator Djimon Hounsou, nos tornamos próximos do drama daqueles que
foram coisificados de uma maneira desumana.
As cenas no navio negreiro são estarrecedoras. A maneira
como os escravos eram tratados, como bichos, como coisas. É algo muito cruel. E
conseguimos sentir essa crueldade em muitos momentos no filme.
Enfim... esse é outro filme para se emocionar e refletir, já
que o caso do navio Amistad aconteceu de fato e foi um entre milhares de outros
episódios relacionados à escravidão. O recorte que o filme traz nos faz pensar
sobre muitas feridas históricas que ainda hoje não foram cicatrizadas.
INDICAÇÕES A PRÊMIOS (em 1998):
– 4 indicações ao Oscar nas seguintes categorias: Melhor
Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins), Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor
Trilha Sonora.
– 4 indicações ao Globo de Ouro nas seguintes categorias:
Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator – Drama (Djimou Hounson) e
Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins).
– Indicação ao Grammy na categoria de Melhor Composição
Instrumental Composta Para um Filme.
Abaixo reproduzo o contexto histórico, muito bem explicado, que
foi publicado no site RECANTO DAS LETRAS (www.recantodasletras.com.br):
CONTEXTO HISTÓRICO
O filme mostra o processo de julgamento de negros nos
Estados Unidos, 22 anos antes do início da Guerra Civil, num contexto marcado
pelo expansionismo em direção ao Oeste e pelo acirramento das divergências do
norte protecionista, industrial e abolicionista, com o sul livre-cambista,
agroexportador e escravista.
Na passagem do século XVIII para o XIX, os Estados Unidos
recém-independentes formavam uma pequena nação, que se estendia entre a costa
do Atlântico e o Mississipi. Após a independência, o expansionismo para o Oeste
foi justificado pelo princípio do “Destino Manifesto”, que defendia serem os
colonos norte-americanos predestinados por Deus a conquistar os territórios
situados entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A crescente densidade
demográfica, a construção de uma vasta rede ferroviária iniciada em 1829, e a
descoberta de ouro na Califórnia em 1848, também representaram um estímulo para
conquista do Oeste.
A ação diplomática dos Estados Unidos foi marcada por um
grande êxito nas primeiras décadas do século XIX, quando por meio de
negociações bem sucedidas os Estados Unidos adquirem os territórios da Lousiana
(França), Flórida (Espanha), além do Oregon (Inglaterra) e até o Alasca da
Rússia, após a Guerra de Secessão.
Em 1845, colonos norte-americanos proclamaram a
independência do Texas em relação ao México, iniciando-se a Guerra do México
(1845-48), na qual a ex-colônia espanhola perdia definitivamente o Texas, além
dos territórios do Novo México, Califórnia, Utah, Arizona, Nevada e parte do
Colorado. Destaca-se ainda a incorporação de terras indígenas, por meio de um
verdadeiro genocídio físico e cultural dos nativos.
O intenso crescimento do país, acompanhado de uma grande
corrente de imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras,
torna ainda mais flagrante, o antagonismo entre o norte e o sul. No norte, o
capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o
desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado encontravam-se no
trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e
a facilidade dos transportes contribuíram muito para o progresso da região, que
defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente
permaneceu estagnado com uma economia agroexportadora de algodão e tabaco
baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era
ferrenho defensor do livre-cambismo, mais um contraponto com o norte
protecionista.
Essas divergências tornam-se praticamente irreconciliáveis
com a eleição do abolicionista moderado Abraham Lincoln em 1860, resultando no
separatismo sulista, iniciando-se assim em 1861 a maior guerra civil do século
XIX, a Guerra de Secessão, também conhecida como “Guerra Civil dos Estados
Unidos”, que se estendeu até 1865 deixando um saldo de 600 mil mortos.
FICHA TÉCNICA DO FILME:
TÍTULO: Amistad (EUA, 1997)
TEMPO: 154 MINUTOS
DIREÇÃO: STEVEN SPIELBERG
ELENCO: Morgan Freeman, Anthony Hopkins, Matthew
McConaughey, Nigel Hawthorne, Djmon Housou, David Paymer, Anna Paquin
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